domingo, 30 de novembro de 2008

Casa Norberto


Nestes meses frios, a baixa coimbrã torna-se um deserto fora do horário de expediente. As pessoas acorrem aos transportes públicos a caminho de casa. Não é então de estranhar que perto do horário de fecho, as tascas estejam em período de limpeza (um desperdício de água e detergente na minha opinião) ou de arrumos. Numa dessas alturas estávamos nós no Largo do Romal e decidimos tragar um último copo de tinto antes do próximo no número 27 (e 29)... Casa Norberto, uma taberna onde em meses mais quentes e secos podemos nos sentar à esplanada e apreciar uma boa febra ou sardinha. Sempre de braços abertos o sr.Norberto nutre um especial carinho pela sua cadela, que "por acaso" só estava dentro do estabelecimento à espera da sua esposa (não se preocupe, não somos da ASAE). Além de tomar conta da pequena cadela (com quem fala assustadoramente demais), um outro passatempo do sr.Norberto é negar bebida a um cliente habitual, que no espaço de 20 minutos lhe bateu à porta 2 vezes. "O médico proibiu-lhe de beber...é meio taralhouco sabe, pode ficar violento". Já não se fazem tasqueiros como antigamente...


Aspecto: 3 laurélios
Clientela: 3 laurélios (pouca amostra)
Serviço: 4 laurélios
Bebidas: 4 laurélios
Petiscos: 3 laurélios (hora de fecho, é sempre difícil avaliar)
Pormenores de classe: o sinal luminoso a indicar a saída (parece bem, mas é a única porta!!! é para quê, para os bêbados não se enfiarem no wc?)

sábado, 8 de novembro de 2008

Aldina Lopes


Situada para quem vai da Praça 8 de Maio pela Rua Direita, logo no início desta temos a tasca Aldina Lopes. Um pequeno cantinho de tecto onde devem caber umas 10 pessoas se forem colocadas como sardinha em lata. Mas este é o aspecto que torna especial este local que funciona como porto de encontro de final de dia para alguns, ou como ponto de passagem para outros.
A passagem para a casa de banho é totalmente impedida se houver gente ao balcão, mas que interessa isso?
Os petiscos não são muitos... São como o espaço.
Sem o loureiro à porta mas com o sítio preparado para pôr(deve ter acabado o ramo).
O inox e o balcão com aspecto muito novo retiram algum "brilho" mas fica a merecer novas visitas.



Aspecto: 4 laurélios
Clientela: 4 laurélios ("deixem passar o cego!")
Serviço: 3 laurélios
Bebidas: 3 laurélios
Petiscos: 2 laurélios
Pormenores de classe: roubar espaço à parede para fazer um lava louça... de mestre!

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Câmara de Coimbra cria roteiro de tabernas

A Câmara de Coimbra vai criar uma «Rota das Tabernas», e promover a sua classificação como património municipal, para as revalorizar como espaços de cultura e turismo e evitar o seu desaparecimento. 

A intenção da autarquia é contribuir para a preservação desses «pólos de sociabilidade» de todas as classes sociais, e que tem vindo a perder influência, e a desaparecer, mercê das transformações e sociais, revelou à agência Lusa o vereador da cultura da autarquia, Mário Nunes.

A Câmara pretende «promover as tabernas em rede», facultar-lhes apoio técnico e jurídico, ajuda-las a certificar produtos próprios, realizar pesquisas em fundos bibliográficos para reconstituir a sua história ao longo dos séculos e fazer uma edição municipal que evidencie a sua importância social, cultural, económica e política.

«Queremos que este património seja mantido», referiu o autarca e estudioso das tradições populares e história da cidade, salientando que a taberna «foi sempre um local importante na vida das comunidades» que foram perdendo influência ao ponto de serem classificadas como espaços pouco recomendáveis. 

Ao longo dos tempos foram funcionando com centros políticos, sociais, culturais e económicos, e as existentes na «Baixa» de Coimbra durante décadas foram funcionando como espaços de reunião de grupos amadores de teatro, onde planeavam as suas produções, acrescentou. 

Actualmente na cidade de Coimbra, onde chegaram a funcionar mais de uma centena, existirão dezena e meia ou duas dezenas, mas muitas delas já perderam alguns dos seus elementos característicos mercê de necessidades de se modernizar para ganhar fregueses, ou por exigências legais de funcionamento.

Com esta intervenção da autarquia pretende-se preservar ao máximo a sua imagem típica, e os seus elementos iconográficos, como sejam o mobiliário tradicional, as pipas de vinho, o ramo de loureiro à porta, as «frases diplomáticas» nas paredes e os copos de vinho diferentes dos comuns, a ambiência do cantar o fado e cantigas à desgarrada, com o copo de vinho na mão.

Diário Digital, domingo, 2 de Novembro de 2008 | 11:12

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=13&id_news=356917&page=0

Casa Pinto

"Localizada no extremo da Rua do Cabido, no centro nevrálgico da 'Alta' da cidade, sempre teve com a comunidade universitária uma relação estreita, que vai resistindo às transformações urbanas e sociais.

A Tasca do Pinto, O Pinto, ou O Pintos, como mais comummente é designada, embora a oficial seja Casa Pinto, Comidas & Petiscos, primeiramente tinha como fregueses funcionários da Universidade e dos Hospitais da Universidade (HUC), que gradualmente foram sendo substituídos por estudantes.

Os HUC foram transferidos para um edifício novo em Celas. Os funcionários da Reitoria e das faculdades foram perdendo o hábito de aí virem, mas deixaram uma marca da sua passagem. Foram os insistentes pedidos de «uma sopinha» que fez juntar as refeições ao tradicional serviço de vinhos e petiscos.

A taberna que nos anos 40 O Espanhol aí criara num armazém de lenha para uso doméstico, viera substituir uma outra destruída pelo Estado Novo quando arrasou parte da 'alta' para edificar o complexo universitário. O casal Luís e Adelina Pinto tomou-a de trespasse em 1978, poucos meses após regressar de Moçambique, e conferiu-lhe uma nova identidade.

Emigrados para Moçambique, ele durante 20 anos e ela 10 anos, após um casamento por procuração, «para não gastar dinheiro», regressaram já depois da independência, porque pensaram nas filhas e na sua formação escolar, que um dia lhes pudesse proporcionar uma vida mais desafogada.

Ambos naturais de aldeias do concelho da Meda, em Lourenço Marques (actual Maputo) deixaram uma casa que tinham comprado a pensar nas filhas, próximo da universidade local, e que foram pagando com os salários de empregados do comércio em estabelecimentos 'no mato', na zona de Maguda, a cerca de 180 quilómetros da capital da então província ultramarina.

Adelina voltou mais cedo, com as filhas, e Luís lá ficou mais três anos, até Outubro de 1977. Luís, que «levara no bolso dois contos e quinhentos», quando regressou só lhe foi permitido trazer 13 rand (a moeda da África do Sul), que lhe proporcionaram 390 escudos, e os últimos 20 gastou-os no taxi entre Vila Franca das Naves e a sua aldeia, Curiscada, no concelho de Meda.

Luís, conta Adelina, tinha uma grande paixão pelo Fado de Coimbra. Quinzenalmente, quando o Rádio Clube emitia um programa com esse género musical obrigava ao silêncio os clientes do estabelecimento comercial em Moçambique para se deixar enlevar pela música nos 15 minutos que durava.

Coimbra, que na sua vida vira apenas para tomar o comboio na partida para Moçambique, ficou na ideia. Com a sua universidade também podia proporcionar outro futuro às filhas. Como as lides na agricultura não davam grandes esperanças, rumaram à cidade e tomaram de trespasse a antiga taberna do Espanhol, transformando-a num ex-libris da 'alta'.

Sete dias por semana, das 07:30 até às 22:00, por vezes até à meia-noite ou 1 hora da madrugada, aí foram trabalhando até que há dois anos decidiram fechar ao domingo, porque «não se justificava». A 'Alta' foi-se desertificando. Os estudantes também já são menos e mudaram os hábitos. Também desde essa altura o movimento caiu muito. As pessoas «vão de lancheira» para o trabalho e são raros os que aí tomam a refeição.

Adelina, actualmente com 68 anos, e Luís com 78 anos, não pensam em largar a actividade. A vida na taberna «é uma terapia, porque senão vamos para o cemitério. Damos graças a Deus por estar aqui», diz ela, acrescentando que é também uma ajuda para as magras reformas, porque o tempo de trabalho em Moçambique não lhes foi contado.

«Ó Luís, será que fazemos a Queima? Ó Luís será que fazemos a Latada?», são perguntas recorrentes que Adelina faz ao marido, olhando para o futuro após uma longa e dura vida, em que diz nunca terem feito qualquer pausa para férias. 

A Queima das Fitas, em Maio, e a Latada, em Outubro/Novembro, em que a Universidade festeja a entrada de novos estudantes, são momentos marcantes na taberna do Pinto. O movimento é intenso, mas também porque chegam aí com familiares antigos estudantes que a frequentaram há 10, 20 e mais anos. 

É altura para saber novidades de cada um, de grupos de amigos se encontrarem. Nas paredes das duas salinhas, ornamentadas com meia dúzia de mesas, vão ficando testemunhos da passagem - fotos, recortes de jornal, ou até desenhos e pinturas, algumas delas a evocar os 10, os 20 e os recentes 30 anos da Taberna do Pinto.

Por cima do balcão, tal como bandeiras desfraldadas, dezenas de pontas de gravatas negras testemunham a passagem por aí de estudantes a festejar o 'rasganço' do traje académico, quando terminam o curso.

Antigamente o novo doutor arribava aí com um grupo e entregava 10, 20 contos, ou 100 euros, e pedia para servir bebidas e petiscos até acabar. Hoje, nos rasganços, ainda vão lá comprar umas garrafas de vinho, «para cumprir a tradição», porque a maioria das bebidas para festejar são adquiridas «no Continente».

Hoje, na Taberna do Pinto já não há as tradicionais pipas de vinho, tal como «o progresso» as fez desaparecer de outras tascas da cidade, mas o vinho ainda é servido ao copo, de garrafões que compra na zona de Anadia. 

Pouco já confeccionam dos petiscos que faziam crescer a água na boca, porque não têm saída - a sardinha frita de escabeche, a sardinha albardada, o carapau frito ou as iscas de fígado.

Refeições também servem poucas, porque o tempo é de crise, e os hábitos foram mudando, mas são sempre preparadas quando alguém quer, a qualquer hora. Há ainda quem não se esqueça do «arrozinho de pimentos» e da «bifaninha», que a Adelina tempera com alho, sal, um pouco de colorau e vinho branco, e representam uma iguaria única para muitos.

A Taberna é «a vida» de Luís e Adelina, e querem mantê-la até poderem. Com ela realizaram um dos seus mais importantes sonhos - um futuro diferente para as filhas, licenciadas em enfermagem e serviço social. É também o cais de vivências e afectos de gerações que lá acostam. "

http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Vida/Interior.aspx?content_id=115455

fotos e apreciações muito em breve

domingo, 20 de abril de 2008

"Largo da fornalinha"


Largo da Fornalinha numeros 12 e 13. O nome certo do local ainda não foi apurado (mas será!)Mais um espaço que tenta cativar turistas para refeições. A nosso entender só tem a perder. No número 12 funciona mais como restaurante, no 13 a coisa melhora e temos uns petiscos para acompanhar umas minis ou uns bons copos de tinto. Apesar de esgotar (e por isso mesmo) a sandes de leitão parece prometer. O espaço em si podia ser melhor, assim como o atendimento de uma senhora a quem temos de arrancar as palavras, mas é um facto que fica em plena baixinha e isso da sempre um certo valor à coisa. Gostei particularmente das típicas parteleiras de vidro com uns copos à antiga tasca: aquele género que havia em todas, grossos e gastos. Uma próxima visita dirá mais pormenores.




Aspecto: 2 laurélios
Clientela: ? laurélios
Serviço: 2 laurélios
Bebidas: 3 laurélios
Petiscos: 3 laurélios (variedade mas não comprovamos ainda a qualidade)
Pormenores de classe: vejam as 2 últimas fotos...

domingo, 13 de abril de 2008

Padaria Popular


No Largo da Freiria 13, perto de uma das ruas mais movimentadas da baixinha coimbrã fica este estabelecimento de aspecto peculiar. Bem localizado "peca" por tentar atrair mais os turistas do que as gentes adeptas do enfrascamento (no bom sentido, sempre). Vale pelo grande painel de azulejos que compõe a frontaria, de aspecto antigo e bem ao estilo da cidade.
Talvez valha a pena passar e saborear as refeições.




Aspecto: 2 laurélios
Clientela: 1 laurélio (sem conhecimento)
Serviço: 3 laurélios
Bebidas: 2 laurélios
Petiscos: 2 laurélios
Pormenores de classe: o próprio nome "Padaria", em completo desuso, assim com as saudosas leitarias....

sexta-feira, 7 de março de 2008

Eduardo de Jesus Santos

Fregueses - Boa tarde!
Sr. Eduardo (o tasqueiro) - Boa tarde! Então o que vai ser?
Fregueses - Era uma mini e uma tacita de tinto.
Dona Lurdes (esposa do sr. Eduardo) - Ó Eduardo, olha que o branco acabou!
Sr. Eduardo - FOD*-SE, CARALH*, mas alguém falou em branco?! Rai's partam esta mulher!

Foi assim a chegada à tasca/casa de pasto Eduardo de Jesus Santos, seguido da explicação que não haviam minis, só médias (as "puras") , vinho e sumos. Atrás do balcão o sr.Eduardo é um monstro da tasquice. Cospe no chão (vá lá, sejamos justos, é para o caixote do lixo, mas como está atrás do balcão dá essa ideia), insulta a mulher, usa o melhor vernáculo do léxico da Língua Portuguesa, senta-se a beber e a comer primeiro que todos os outros (e melhor). Odeia espanhóis e acredita em Deus e nos espiritas.
A dona Lurdes não é fã de linguagem ordinária e lá vai avisando o esposo que não tem necessidade de a usar, levando a inevitável resposta "eu estou em casa, digo o que quero, caralh*", mas tem uma boa mão para os petiscos. Recomenda-se as febras de cebolada e as "moletes" (vulgo omoletes).
Neste estabelecimento sito na Rua das Padeiras (número 66) existe mais uma das chamadas "máquinas infernais", mas esta é daquelas com garra que quase é preciso inclinar 90º para agarrar alguma coisa. Alguns fregueses mais assíduos já dominam a arte, assim como o sr.Eduardo. Consta que este, logo que a máquina é abastecida, tira os melhores prémios para posteriormente os vender...
Uma passagem obrigatória!




Aspecto: 5 laurélios
Clientela: 5 laurélios ("de mau!")
Serviço: 5 laurélios
Bebidas: 5 laurélios
Petiscos: 4 laurélios
Pormenores de classe: máquina infernal, o tasqueiro em todos os aspectos, wc no andar superior (com escadas próprias à queda dos menos sóbrios e a passerelle que é a rua vista de dentro...

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Tacho d'Avó

Se, para a UNESCO, a tasquice fosse critério de atribuição a local património da Humanidade, concerteza a baixa de Coimbra já o seria há muito tempo devido à sua quantidade e qualidade. Na Rua dos Oleiros nº15 fica o Tacho d'Avó, tasca notoriamente dominada pelo género feminino atrás do balcão. É muito frequentado, principalmente à hora de almoço, por ficar junto a uma das artérias empresariais da Cidade, a Avenida Fernão de Magalhães. Isto torna-se uma vantagem em termo de personagens que por lá se pode encontrar, mas perde em familiaridade que tanto nos apraz.
Tem uma das maiores variedades de petiscos que por agora nos deparámos, com uma efectiva boa qualidade (as pataniscas têm realmente bacalhau!). Variedade parece haver também na nacionalidade das empregadas.




Aspecto: 3 laurélios
Clientela: 3 laurélios
Serviço: 4 laurélios
Bebidas: 2 laurélios
Petiscos: 5 laurélios
Pormenores de classe: o cada vez mais comum pipo de plástico a imitar madeira e a maneira carinhosa como se lida com os mais ébrios.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

A petisca dos Olivais

Os Olivais serão, para muitos, uma zona estéril em vivência tasqueira. Esse preconceito tem afastado muitos dos potenciais novos fregueses. Se para o negócio será um aspecto negativo, em termos de clientela permite uma selecção natural que tende para a familiarização de quem frequenta determinados espaços comerciais. Na Rua Capitão Luís Gonzaga, números 25 e 25 fica esta Petisca dos Olivais. Local amplo com 2 salas de estadia (a de dentro sempre dá para umas jogatanas de sueca à antiga). Em termos de peticos (apanágio desta instituição) só para se ter uma ideia, à nossa entrada havia quem se deleitava com umas ameijoas, sendo que ao lado destas repousavam os restos de um requeijão com aspecto tradicional (cuidado com a ASAE). Assim como tinhamos visto na Farmácia, existe a infernal máquina cujo processo se torna irreversível quando iniciado, mas com chocolates de muito melhor qualidade (tudo Nestlé), de muito apreço entre as hordas de frequentadores. Estes são de uma cordialidade e afabilidade extrema que põem qualquer estranho à vontade. Recomenda-se uma ida para almoço. Fica combinado.



Aspecto: 3 laurélios
Clientela: 5 laurélios
Serviço: 4 laurélios
Bebidas: 3 laurélios
Petiscos: 4 laurélios

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Casa Abílio

O que fariam se estivessem encarcerados na Penitenciária de Coimbra e conseguissem saltar o muro? Punham-se a correr o mais rápido possível, certo? Errado! Depois de estar preso, penso que o melhor que se pode fazer é dirigirmo-nos à tasca mais próxima e beber um bom copo e saborear um bom petisco. A Casa Abílio localiza-se no Bairro de Santana, números 21 e 22. Com vista bloqueada pelo muro da Penetenciária, o melhor que temos a fazer é ver a vida pelo fundo de um tinto. É certo que a variedade de comer e beber é abundante, mas os petiscos são sem dúvida o melhor da casa. A clientela varia do habitual consumidor de taninos ao regozijão sr.dr em tarde de folia. De notar a presença de quem põe mão nos amotinados.



Aspecto: 2 laurélios
Clientela: 2 laurélios
Serviço: 4 laurélios
Bebidas: 1 laurélio (tem de tudo...no mau sentido)
Petiscos: 5 laurélios (tem de tudo...no bom sentido)
Pormenores de classe: a presença habitual de guardas prisionais...dá gosto ouvir as histórias das cachaporradas que espetam aos reclusos.